Quero
ser a chuva de ouro
nos
teus mamilos, no teu ventre
escorrendo
nas tuas coxas
caindo
devagarzinho sobre ti:
extasiada,
Dânae, nem percebes
que eu
já te possuí...
Posso
ser um touro forte
disfarçado
de lhaneza
para o
teu corpo roçar:
monta,
Europa, no meu dorso
segura
no meu chifre
que eu
vou te raptar
Se queres maior leveza
e gostas de altivez
me transmudo em cisne branco
e me insinuo ousado
na tua branca nudez:
assim te amo de novo
Leda, até botares um ovo

Finalmente vou te dar
pra
ficares satisfeita
o
troféu tão almejado
da mais
bela, por mim eleita:
bem
junto do teu seio
como a
mais rara jóia
e dele
não te separes
nem na
Guerra de Tróia
Então
vais-me premiar
e
permitir-me deitar
na tua
brancura perfeita
No
leito imenso de espuma
do mar
fecundado pelo céu
onde um
dia foste feita:
E vou
te possuir sem limite,
Deusa
do amor, Afrodite
* Poema de minha autoria, publicado no livro "Mesmo que o mar tome tudo" , em que reuni também escritos do meu irmão Fernando.
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